Também não entenderam quando ela parou, entornou a última dose, riu e saiu.
Ninguém a entende. Mas engana-se quem pensa que ela está sozinha. Ela partilha a solidão dos incompreendidos, e esses sabem que não muitos, a solidão nunca os deixa só.
Ninguém soube de onde ela tirou forças pra rir enquanto tudo desmoronava. Ela, que parece tão frágil, matou o leão sem derramar um gota do seu copo e agora ela chora com o filme velho passa na tv.
Ninguém vai entender, nunca será capaz de entender de onde vem o brilho dos seus olhos. A euforia que faz com que ela pareça insana. Seu olhar é psicodélico, seus cabelos desgrenhados e seus pés estão descalços. Ah, mas ela tem uma taça de vinho em uma mão e a garrafa de vodca na outra.
Não a julgue, se ela quer tudo, ela pode ter.
Ela não se preocupa em seguir a maré mas, as vezes, ela se deixa boiar. Tem momentos que ela rema contra, só pra provar a si mesma de que ainda está viva, a dor em cada músculo lhe lembra de que ainda pode se ferir... Quando todos decidem sair, ela fica em casa. Quando todos acordam ela ainda não pensa em dormir...
Ela vai ser sempre assim,quase ninguém vai entende-la. Ela vai ser sempre pricesa.
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